Travessa Cristiano Lacorte, Copacabana, Rio de Janeiro
A Travessa Cristiano Lacorte começa na Rua Miguel Lemos e termina na Rua Djalma Ulrich.
Antiga Travessa Santo Expedito (atual Djalma Ulrich ) com a Rua Miguel Lemos.
Latitude, Longitude : (-22.9786311, -43.19152380)
CEP da Travessa Cristiano Lacorte, Copacabana, Rio de Janeiro:
22071-010 Travessa Cristiano Lacorte
#Hashtag: #travessacristianolacorte
Restaurantes na Travessa Cristiano Lacorte
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Ziza Bar - Rua Miguel Lemos, 60 - telefone 25499959
Pizza Master - Rua Miguel Lemos, 54 - telefone 22670234
Pimpão - Rua Miguel Lemos, 44 - telefone 22479253
Bagatelle - Rua Djalma Ulrich, 163 - telefone 22477439
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Quem foi o Cristiano Lacorte que dá nome a esta Travessa em Copacabana?
Cristiano Lacorte, jovem líder da turma do Posto Cinco, no final dos anos 50. Mais tarde foi eleito vereador.
O texto abaixo de João Saldanha, extraído do livro "Futebol e Outras Histórias", edição especial para a agência de publicidade MPM, São Paulo, 1988, pág. 139, conta um pouco da história da turma do Posto Cinco.
"No Rio vários e vários pontos ficaram famosos. Mas nenhuma esquina seguiu a fama da esquina da rua Miguel Lemos com avenida Copacabana. O prefeito no começo era o Cristiano Lacorte, já falecido.Cristiano, paraplégico, usava cadeira de rodas mas comparecia a tudo. Futebol, turfe, samba, comícios, tudo. A turma resolveu e Cristiano foi um dos vereadores mais votados do Rio de Janeiro.
Depois, aquela esquina elegeu o Paulo Alberto, o Artur da Távola, e o Edson Khair. Nestas últimas eleições, Macaé, o atual "prefeito", apoiou Brizola, depois Saturnino e a Alice Tamborindegui. Todos foram eleitos. Não que a esquina tenha sido decisiva, mas de qualquer forma demonstra sua profunda sabedoria e experiência política.
Uma série de fatos e ocorrências fizeram a esquina sempre mais famosa.
Ali teve e tem de tudo.
Andou sendo proibido o carnaval organizado nos bairros.
Menos ali, onde começaram bailes infantis e depois com tablado, orquestra e tudo, bailes de marmanjos. O futebol é um dos grandes assuntos da esquina, mas nunca saiu briga séria por este lado.
Uma democracia plena existe lá até hoje.
Os mais consagrados craques do futebol, locutores esportivos e outros fazem ponto na esquina.
E personalidades de "alto bordo", como juízes, dirigentes de clubes e das principais entidades esportivas do pais.
A esquina sempre esteve presente, ora por uns ora por outros, a todos os grandes fatos ou eventos nacionais e internacionais. E quando apareceu no Rio de Janeiro um programa de televisão chamado o "Céu é o limite" vários representantes da esquina foram lá ganhar prêmios grandes.
Havia piadas, apelidos sérios, e mesmo quando, após a revolução de 64, mandaram espiões para evitar qualquer propagação de idéias, em pouco tempo os "espiões" estavam integrados ao espírito comunitário e democrático da esquina.
Houve um importante delegado especializado em política que dizia, quando o papo esquentava: "Bem, tenho de ir andando porque minha velha está me esperando." E caía fora. De fato não seria conveniente ficar ali. Denunciar quem? E depois ter de sair dali?
Um dia, a esquina inteira se mobilizou. Foi quando um edifício ali perto foi apelidado de "edifício Silhueta".
Já era mais de meia-noite quando chegou na roda um garoto, com os olhos maiores do que um pires e disse, gaguejando: "Ali naquele edifício tem um casal... eu acho. Estão lá dentro, mas se vê tudo da rua." Era sábado e a roda estava imensa. Até dividida em duas ou três rodinhas de papo. Um fundador do Botafogo, um dirigente atuante do Fluminense, ex-jogadores do Flamengo, do Botafogo, e do Vasco, médicos, advogados, dentistas — dentistas então sempre estavam uns três ou quatro — estudantes de várias escolas, comerciários e comerciantes, todo mundo. Casa cheia. Todos correram na direção que o tal garoto indicara. A avenida Copacabana encheu.
Veio o ônibus e teve de parar. Passar como? O chofer ia entrar na bronca, mas um dos organizadores da pequena multidão, que já estava se acotovelando, com gestos bem significativos, fez ver ao chofer do ônibus o que se passava. O chofer entendeu logo e ficou na paquera do lance. Algum passageiro estrilou, mas ele, sem tirar os olhos do lance, mostrou o que se passava. E o casal mandando brasa. A porta estava fechada. Mas a luz do saguão ou hall de entrada estava acesa. Bem acesa e forte. A porta era vidro fosco. Ora, a luz por trás do casal transmitia para a turma da rua a mais perfeita silhueta que se poderia desejar. E foi juntando gente. Um gaiato quis fazer onda, mas um tremendo e severo "psssssiu" lhe tapou a boca. Parecia uma tropa de comandos ou de assalto pretendendo pegar o inimigo desprevenido. Com o ônibus parado e mal parado, os carros iam parando e as indicações sempre diretas apontando para o evento e pedindo silêncio. Todos compreendiam logo e até casais que iam passando paravam para olhar a cena inédita. De repente, o casal lá de dentro parou rapidamente. A mulher, que estava sempre abaixada, meio de quatro, se arrumou depressa. A rua ficou no mais profundo silêncio. Um segurando o outro para ninguém invadir o lugar privilegiado de alguém que chegara primeiro. Mas não era nada de mais. O elevador fora acionado, o casal atuante teve de parar e de dentro do prédio saiu um cidadão. Uma vaia chegou a ser ensaiada, mas o "sinal" de silêncio foi mais forte. O cara saiu, ficou meio atônito de ver a rua tão cheia. E, ante os gestos e vozes surdas de "cai fora... cai fora..." , olhou para trás e entendeu tudo. Procurou se ajeitar ali pela frente, mais foi energicamente barrado. Arrumou um lugar mais atrás e toda aquela pressa da saída do edifício desapareceu. O casal lá dentro engrenou de novo. Do começo.
Fizeram tudo e de repente terminou. Um "oh...oh!" se fez ouvir. O cara do casal se arrumou, ela também. Ele deu um beijinho e veio para a rua. Mal a porta se abriu, uma tremenda ovação. Bateram palmas e saudaram o cidadão. Ele, meio aturdido, tomou a rua e se mandou, sumindo na primeira esquina da rua Miguel Lemos em direção à rua Barata Ribeiro .
Desapareceu na noite e o papo bem entusiasmado voltou para a esquina. O ônibus foi embora e os carros puderam passar.
Fonte: João Saldanha, "Futebol e Outras Histórias", edição especial para a agência de publicidade MPM, São Paulo, 1988, pág. 139