Rua Figueiredo Magalhães, Copacabana, Rio de Janeiro
A Rua Figueiredo Magalhães começa na Avenida Atlântica e termina na Praça Vereador Rocha Leão.
É uma das principais vias de saída de Copacabana rumo a Botafogo via cemitério de São João Batista. Há uma saída da Estação de Metrô Siqueira Campos na Figueiredo Magalhães ao lado do n° 548.
Latitude, Longitude : (-22.9677071,-43.188341180)
CEP das ruas do Rua Figueiredo Magalhães, Copacabana, Rio de Janeiro:
22031-010 Rua Figueiredo Magalhães
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Restaurantes na Rua Figueiredo Magalhães
Gente com muita pressa precisa de muita refeição rápida!
Essa é a conclusão que a gente chega quando vê a lista de restaurantes na Figueiredo!
Estação Minas - Rua Figueiredo Magalhães, 147 - telefone 22558995
Subway Copacabana - Rua Figueiredo Magalhães, 147 - telefone 32087500
Bob's - Rua Figueiredo Magalhães, 219 - telefone 25491287
Spoleto - Rua Figueiredo Magalhães, 285, Loja A - telefone 22554167
Sfera pizzaria - Rua Figueiredo Magalhães, 354 - telefone 22572768
Kitutes da Deusa - Rua Figueiredo Magalhães, 581 - telefone 25470362
Crepe Diem - Rua Figueiredo Magalhães, 598 - telefone 25472156
Galeto Almirante - Rua Figueiredo Magalhães, 870 - telefone 22366799
Quem foi o Figueiredo Magalhães que deu nome a esta rua em Copacabana?
Francisco Bento Alexandre de Figueiredo Magalhães, médico cirurgião, nasceu em Gomiei, concelho de Viseu, onde foi presidente da camara municipal (1838-1895).
Foi chefe do hospital da Sociedade Portuguesa de Beneficência.
Era proprietário de uma chácara em Copacabana e grande entusiasta dos bons ares do bairro que receitava aos seus pacientes.
Abaixo o texto COPACABANA: UMA INVENÇÃO PORTUGUESA do escritor brasileiro, radicado em Portugal, DUDA GUENNES.
Esta é Copacabana - ampla laguna
Curva e horizonte, arco de amor vibrando
Sua flechas de luz contra o infinito.
Aqui meus olhos desnudaram estrelas
Aqui meus braços discursaram à lua
Desabrochavam feras dos meus passos
Nas florestas de dor que percorriam.
Copacabana, praia de memórias!
Vinícius De Moraes
No final do século XIX, Copacabana era um areal perdido e inabitado nos sertões do Rio de Janeiro.
Tinha apenas uma pequena capela na qual se venerava a imagem de Nossa Senhora de Copacabana, uma Madona da Bolívia que viera dar à praia no século XVII, e o forte militar na sua outra extremidade.
Um português visionário magicou que ali, pelo crescimento natural da capital do Império, seria um sítio com muito futuro. Instalou, então, uma casa de saúde. Foi o começo da povoação de uma das praias mais badaladas do mundo, cantada por músicos e poetas - a princesinha do mar.
Médico de renome, Figueiredo de Magalhães possuía uma bela chácara compreendida entre a atual rua Siqueira Campos e a praça Serzedelo Correia .
Ele se notabilizou por receitar aos clientes o ar puro de Copacabana de então, convencido das qualidades do lugar para o repouso e a convalescença.
Francisco Bento Alexandre de Figueiredo Magalhães era conde e médico. Como conde comprou terras no afastado e desértico bairro de Copacabana, loteou-as e colocou-as à venda.
Foi o núcleo inicial do que viria a ser dentro de pouco tempo um dos mais famosos e populosos bairros do Rio de Janeiro.
Como médico, costumava aconselhar seus pacientes a respirar os ares marítimos do bairro, que faziam bem à saúde.
Para facilitar o deslocamento dos doentes criou, em 1904, uma linha de diligências que os conduzia à clínica. Com isso tudo, teve grandes lucros e ainda emprestou seu nome a uma das principais artérias do bairro, a rua Figueiredo Magalhães – começa na avenida Atlântica e termina na praça Vereador Rocha Leão , importante rua residencial e comercial do bairro de Copacabana, Rio de Janeiro.
UMA LONGA HISTÓRIA
Antes de ser conde, Francisco Bento foi visconde de Gomiei (nome da sua terra natal - 1838 - Rio 1895 -, no distrito de Viseu), que lhe foi concedido em 1894 por D. Carlos I. Formado pela escola médico-cirúrgica do Porto, ingressou na marinha como médico. Foi enviado à Índia para combater uma epidemia de cólera. Lá acabou por se transformar em professor de matemática da escola militar de Goa. Da Índia foi voluntariamente para Cabo Verde combater nova epidemia. Dessa vez de febre amarela.
Transfere-se para o Rio de Janeiro e, em 1871, pediu demissão da função de médico da Armada, mas manteve suas honras e o posto. Mais tarde,Figueiredo Magalhães foi nomeado diretor do Hospital da Beneficência Portuguesa. Era dono da citada clínica particular, que atendia portugueses e marinheiros pobres.
Francisco Bento conseguiu junto ao governo do Chile que o nomeasse professor de Histologia daquele país. Mas os alunos receberam-no mal e ele, após um único dia de aula, pediu demissão e voltou para o Brasil. Além da sua formatura pela escola do Porto, era médico pela universidade da Bahia, pela universidade de Santiago do Chile e a de Bruxelas.
O conde Figueiredo Magalhães foi ainda médico honorário da Câmara Real e colecionou diversos títulos, entre eles o de oficial da Ordem da Torre e Espada, cavaleiro de Cristo e comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, e da Rosa. Foi também jornalista, sustentando várias polémicas nos jornais cariocas, logo se revelando como a grande figura da cultura portuguesa no meio da colónia lusitana do Rio, que nesta época superava o número de 100 mil residentes.
Autor dos livros: Estudo Médico-legal: O Crime do Botafogo – Um caso de Loucura Histérica e Camões e os Portugueses do Brasil (Reparos Críticos) este último de grande repercussão no seu lançamento, em 1880.
CENTENÁRIO DE CAMÕES
Festejava-se neste mesmo ano, o III Centenário de Luís de Camões e a colónia estava em brasa, todos querendo participar da efeméride. Dr. Figueiredo Magalhães achava-se com o direito de ser o orador oficial da solenidade.
Porém Teófilo Braga, presidente do Gabinete Português de Leitura e escritor de fama, escolheu para o evento o nome do diplomata pernambucano Joaquim Nabuco, que anos antes havia escrito um livro sobre o Poeta Maior. Figueiredo Magalhães não gostou nada da escolha e rodou a baiana. Em represália escreveu o livro supracitado, hoje raridade bibliográfica, do qual irei ocupar-me.
Exórdio. Proémio. Prefácio. Introdução. Prólogo. Preâmbulo. Prelúdio. Prefação, começava assim, para mostrar erudição, o livro Camões e os Portugueses do Brasil.
Desconsideração cuspida na colónia portuguesa, afirmou magoado o Dr. Magalhães. E disse mais: Li que a directoria do Gabinete Português de Leitura convidara o Ex.mo. Sr. Joaquim Nabuco para orador das festas com que ela tenciona celebrar o centenário de Camões, e admirei a força do piparote dado assim no inepto nariz de toda a colónia portuguesa... Eu protesto, em nome do meu patriotismo, e os assassinos dos créditos pátrios respondem que não haja um português decente para ir cumprimentar Camões no seu centenário... A colónia inteira é refugada a juízo de quem declina da respectiva competência, e esta gente ruim aceita muda e queda a marca da sua degradante depreciação! E por aí vai.
Nabuco havia escrito o livro Camões e os Lusíadas, daí o convite que lhe foi feito pelo GPL. Figueiredo Magalhães, como já foi dito, não gostou . Achava que Nabuco não sabia falar português corretamente, mas um patuá: o dialecto nabuqueano... A carnavalesca enfarruscada que o Sr. Nabuco deu na cara de Camões. E continuou com a sua diatribe: O Sr. Nabuco , arvorado em simples general de guerrilhas, falou dos amigos portugueses como Napoleão não pôde falar do inimigo Portugal, e disse de Camões o que Mafoma não disse do toucinho.
...O Sr. Nabuco fez no seu discurso alterações fónicas, morfológicas e sintácticas, que abalaram profundamente as células glóticas do organismo gramatical da língua portuguesa, e que desfiguraram o característico da sua fisionomia real... São esbeltas e robustas as formas do dialecto nabuqueano... para fugir dos aleijões tupi, parece descambar para a corcunda guarani.
Não parou por aí: «O Sr. Nabuco fabricou uma espécie de bolacha d’água e sal para o fornecimento de ceia festival, onde Camões chuchou o beijo iscariótico dado pelo apóstolo que o vendeu a dez tostões. E com chave de ouro, concluiu: A colónia portuguesa tem muitos indivíduos acima da altura marcada pelo Sr. Nabuco na craveira literária do assunto; o Brasil tem dúzias de homens de letras muitíssimo mais elevados e maduros pelo sol da literatura clássica do que o verde e aliás talentoso orador escolhido...
Faleceu em 1895